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Com a palavra, Simone Horvatin, idealizadora do canal Ambiental Mercantil Notícias: “Para nós, todos os dias é Dia do Meio ambiente”

Simone Horvatin, idealizadora da plataforma digital de notícias e conteúdo exclusivos para o meio ambiente e a sustentabilidade Ambiental Mercantil.

Imagem: Divulgação | Por Simone Horvatin, Jornalista e idealizadora da plataforma digital Ambiental Mercantil, o canal mais ambiental do Brasil

Junho de 2023 – No dia 5 de junho é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Há 50 anos a ONU estabelecia esta data como marco de reflexão e avaliação para dar destaque aos retrocessos, desafios e avanços. No canal de notícias Ambiental Mercantil recebemos milhares de pautas de jornalistas, somos um espaço pequeno, mas que acolhe os profissionais responsáveis na comunicação de organizações (governos, associações e comunicação corporativa).

Desde a pandemia, muita coisa mudou no âmbito jornalístico e ambiental. Primeiro, porque todos migraram para o virtual, e assim, com o tempo, aprimoraram suas formas de apresentação e comunicação online.

A preocupação com o meio ambiente, questões sociais e socioambientais tem ganhado cada vez mais importância na sociedade atual. No entanto, é importante reconhecer que o impulso para tornar o mundo mais sustentável e amigável ao meio ambiente não se baseia apenas em valores ambientais e ecológicos, mas também em considerações econômicas.

É inegável que o capital desempenha um papel significativo nesse processo. A busca por práticas mais sustentáveis muitas vezes ocorre porque as empresas percebem que há benefícios financeiros em adotar uma abordagem mais responsável em relação ao meio ambiente. A sustentabilidade pode levar a uma maior eficiência operacional, redução de custos, acesso a mercados verdes e aumento da competitividade.

No entanto, é importante destacar que a preocupação com o meio ambiente não é exclusivamente motivada pelo capital. Há uma crescente conscientização sobre os impactos negativos das atividades humanas no meio ambiente e uma preocupação legítima em preservar os recursos naturais para as gerações futuras. Além disso, movimentos sociais e organizações não governamentais desempenham um papel crucial na defesa de questões ambientais e na promoção da sustentabilidade.

Portanto, embora o capital desempenhe um papel na condução de práticas mais sustentáveis, não se pode ignorar a importância dos valores ambientais e ecológicos, bem como do ativismo social, na busca por um mundo mais sustentável e amigo do meio ambiente. É necessário promover um equilíbrio entre os aspectos econômicos, sociais e ambientais para alcançar um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

Hoje, todos tentam mostrar empenho com o meio ambiente, e as questões socioambientais. mas até que ponto são verdades de fato? Como um canal de notícias, consideramos que todos têm o direito de apresentar em suas pautas passos em direção a melhorias. Nos atentamos ao ‘Greenwashing’, porém, é uma tarefa um tanto difícil, pois recebemos muitas informações ao mesmo tempo. Tentamos fazer o nosso melhor na seleção de notícias. Até mesmo o agronegócio, que tem uma imagem duvidosa, quando relacionada ao meio ambiente e sustentabilidade, avaliamos se as pautas trazem avanços ambientais e de sustentabilidade pela organização (a frase de Armstrong: ‘Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade‘ se encaixa nesta reflexão). Todos os setores podem e devem melhorar seus processos, e cada passo, mesmo que simples, já é um avanço.

Este momento é de ir na direção da reparação ambiental, recuperar áreas danificadas por humanos direta ou indiretamente (digo humanos, porque atrás de governos e indústrias, há pessoas que decidem pelo bem ou pelo mal, pelo lucro e capital – e foi assim, historicamente, antes). Um exemplo, a Alemanha: o país tem sido um exemplo de sucesso em relação à recuperação de rios poluídos. Ao longo das últimas décadas, o país implementou medidas abrangentes para reabilitar seus rios, resultando em melhorias significativas na qualidade da água.

Um exemplo notável é o rio Reno, que atravessa a Alemanha. Nas décadas de 1970 e 1980, o rio estava altamente poluído devido à descarga de efluentes industriais e domésticos sem tratamento adequado. No entanto, graças a uma série de investimentos em infraestrutura de tratamento de água e esforços de regulação ambiental mais rigorosos, o Reno passou por uma notável transformação.

Hoje, o rio Reno é considerado um dos rios mais limpos da Europa. A qualidade da água melhorou significativamente, proporcionando um ambiente saudável para a vida aquática e permitindo a recuperação de ecossistemas naturais ao longo das suas margens.

Além disso, a Alemanha também tem adotado abordagens inovadoras para a recuperação de rios poluídos. Um exemplo é o projeto de re-naturalização do rio Spree, em Berlim, onde as antigas estruturas de concreto foram removidas e as margens foram restauradas, permitindo que o rio recuperasse seu curso natural e proporcionasse habitats mais diversificados para a fauna e a flora.

Esses esforços de recuperação de rios poluídos na Alemanha são resultado de uma combinação de legislação ambiental rigorosa, investimentos em infraestrutura de tratamento de água e conscientização da importância dos recursos hídricos para a sociedade e o meio ambiente.

Referências sobre os parágrafos acima:

  1. The Local Germany. (2021). How Germany cleaned up its act on the River Rhine. Recuperado de https://www.thelocal.de/20130813/51361/
  2. Spree 2011. (2021). River Spree renaturalization project. Recuperado de https://www.spree2011.de/en/
Temos de buscar a preservação ambiental do que é considerado “nativo ou nativa”, respeitando ao mesmo tempo toda a biodiversidade. A exploração excessiva de recursos naturais pode levar à degradação e destruição de habitats, afetando a biodiversidade. Devemos diminuir a pressão sobre os ecossistemas e contribuímos para a preservação da diversidade biológica. Tudo e todos são importantes: flora e fauna, animais e insetos, no ecossistema da existência, coexistência e interdependência.

Nós, humanidade, reconhecemos o aquecimento global e as mudanças climáticas – e todas as suas consequências. Neste movimento global de dar valor a “mãe natureza” e aos recursos naturais, de dar valor as águas, rios e oceanos, vivemos uma revolução coletiva de consciência de consumo e estamos desenvolvendo uma “inteligência ambiental e sustentável” coletiva. Da consciência de cada indivíduo, surge uma nova forma de pensamentos e ações coletivas para nos reeducar e reordenar nossos hábitos, para o bem do planeta e das futuras gerações.

Um dos aspectos importantes deste aprendizado, é a relação das emissões de gases de efeito estufa e a economia circular. Hoje sabemos que muitos dos recursos que consumimos, têm uma pegada de carbono significativa ao longo de seu ciclo de vida, desde a extração e produção até o descarte.

O papel da economia circular tem sido essencial para nos desenvolvermos como sociedades conscientes do nosso habitat, e isso envolve hoje conhecimentos dos materiais recicláveis e os“Rs” da sustentabilidade. São vários os “Rs” para nos mostrar um estilo de vida possível e mais sustentável, reduzindo o consumo excessivo, minimizando o desperdício e cuidando melhor dos recursos naturais:

Significa reduzir a quantidade de recursos naturais consumidos, minimizando o desperdício e adotando práticas mais eficientes. Isso inclui reduzir o consumo de energia, água e materiais. A redução ajuda a evitar o desperdício de recursos. Quando reduzimos a quantidade de produtos que compramos ou consumimos, também reduzimos a quantidade de resíduos gerados. Isso é importante porque a gestão inadequada de resíduos pode poluir o solo, a água e o ar, além de ocupar espaço nos aterros sanitários. Ao reduzir o consumo, reduzimos as emissões de gases de efeito estufa associadas à produção e ao transporte de bens e serviços.

REUTILIZAR

Envolve dar uma segunda vida aos produtos ou materiais, em vez de descartá-los. Isso pode ser feito reparando e recondicionando itens, doando-os para outras pessoas ou encontrando novos usos criativos para eles. Quando se pratica o “reuso” de produtos e vestuários (brechós), minimiza-se o consumo de recursos naturais, de energia e matérias-primas necessárias para sua produção. Ao reutilizá-los, evitamos também que esses itens sejam destinados a aterros sanitários, minimizando assim a poluição do solo, da água e do ar, reduzindo o impacto ambiental associado a essas atividades.

RECICLAR

reciclagem permite que os materiais recolhidos sejam transformados em novos produtos, reduzindo assim a necessidade de extrair recursos naturais sem necessidade. Isso contribui para a conservação de matérias-primas valiosas, como madeira de árvores, minerais e até petróleo, preservando os ecossistemas naturais. A reciclagem consiste em transformar materiais usados ​​em novos produtos, envolvendo a coleta, separação e processamento de materiais como papel, plástico, vidro e metal, para que possam ser transformados em matérias-primas de reuso para a produção de novos produtos.

REPENSAR

Exige de nós, mudança de mentalidade. Repensar nossos padrões de consumo e produção. Isso envolve questionar a real necessidade de certos produtos, adotando uma abordagem mais consciente em relação aos recursos. Repensar nos leva a explorar alternativas mais sustentáveis ​​em nosso estilo de vida, como escolher opções de transporte eco-friendly, reduzir o desperdício de alimentos, optar por fontes de energia renovável e consumir produtos locais e orgânicos. Essas escolhas têm um impacto positivo na conservação dos recursos naturais e na redução da poluição.

RECUSAR

O ato de recusar, significa a presença de espírito no “avaliar produtos ou embalagens desnecessárias” antes de consumi-las, conscientes do que oferece impacto negativo no meio ambiente. Isso pode envolver evitar produtos descartáveis, como copos de plástico, sacolas de compras ou canudos, optando por alternativas mais sustentáveis. Ao recusar produtos que não estão alinhados com nossos valores sustentáveis, estamos enviando uma mensagem aos fabricantes e varejistas de que há demanda por alternativas mais responsáveis. Isso pode incentivar a indústria a oferecer opções mais ecológicas e impulsionar a inovação em produtos e processos mais sustentáveis.

REPARAR

Reparar é consertar: é prolongar a vida útil dos produtos, ao mesmo tempo reduzir desperdícios e poupar os recursos. Todo produto deveria ser passível de reparação, em vez de descartá-los e comprar novos. Entretanto, uma prática de muitas indústrias é inviabilizar a manutenção de seus produtos, induzindo a compra de novos produtos. Isso acontece, quando o reparo custa tanto quanto ou mais, que um novo produto. Ou por não haver pontos que ofereçam assistência técnica e manutenção. Infelizmente esta tem sido uma prática “de crescimento de vendas” das empresas. Mas temos de exigir mudanças: manutenção de produtos também reduz a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários, evitando poluição associada ao descarte inadequado.

RESTAURAR

A restauração desempenha um papel vital na sustentabilidade, promovendo a conservação do patrimônio cultural, a preservação dos recursos naturais, a reabilitação de áreas degradadas e a promoção da economia local. Ao restaurar e preservar, estamos adotando uma abordagem mais consciente e responsável em relação aos recursos e ao meio ambiente, contribuindo para a construção de um futuro mais sustentável.

RACIONALIZAR

Racionalizar envolve otimizar o uso de recursos, como energia, água, matéria-prima e outros insumos. Ao utilizar os recursos de forma mais eficiente, reduzimos o desperdício e minimizamos o impacto ambiental associado à sua extração, produção e descarte. Racionalizar o uso de recursos pode levar a economias significativas de custos. A racionalização do uso de energia contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

RENOVAR

Diz respeito a RENOVÁVEL, ao uso de fontes de energia renovável, como solar, eólica, hidrelétrica e geotérmica. A transição para fontes de energia limpa e renovável desempenha um papel fundamental na redução das emissões de gases de efeito estufa e na mitigação das mudanças climáticas. A busca por soluções energéticas renováveis impulsiona a inovação e o desenvolvimento de tecnologias limpas. Isso pode resultar em avanços tecnológicos, novos modelos de negócios e oportunidades econômicas relacionadas às energias renováveis, promovendo a criação de empregos verdes e impulsionando a economia sustentável.

REFLORESTAR

Ao reflorestar áreas degradadas, ajudamos a restaurar esses habitats e a proteger a diversidade biológica. Ao plantar árvores nessas áreas, podemos restaurar a vegetação nativa, melhorar a qualidade do solo, restaurar a biodiversidade e promover a regeneração dos ecossistemas. As florestas desempenham um papel essencial na absorção de dióxido de carbono, na conservação da biodiversidade e na proteção dos recursos hídricos

REGENERAR

A regeneração pode ser utilizada para reabilitar áreas contaminadas, como locais de mineração abandonados, terrenos industriais poluídos ou áreas afetadas por derramamentos de substâncias tóxicas. Por meio de técnicas de remediação ambiental, é possível remover ou neutralizar os contaminantes e permitir que a área seja regenerada, restaurando sua funcionalidade ecológica. A regeneração também pode ser aplicada para restaurar cursos de água degradados, como rios, córregos e lagos poluídos ou assoreados. A regeneração do solo é fundamental para a saúde dos ecossistemas. Práticas como a adição de matéria orgânica, a aplicação de técnicas de manejo sustentável e a redução do uso de produtos químicos contribuem para a melhoria da qualidade do solo, aumentando sua fertilidade, retenção de água e capacidade de sequestro de carbono.

RESPEITAR

O respeito pela natureza envolve reconhecer o valor intrínseco de todos os seres vivos e dos ecossistemas em si. Ao respeitar a natureza, buscamos conservar os recursos naturais, proteger os habitats e preservar a diversidade biológica (biodiversidade). Isso significa adotar práticas sustentáveis ​​que evitem a exploração excessiva, o desmatamento indiscriminado, a poluição e outras atividades prejudiciais ao meio ambiente.

RESPONSABILIZAR

Responsabilizar desempenha um papel importante na sustentabilidade ao lidar com aqueles que causam danos ao meio ambiente e à biodiversidade. Responsabilizar os “responsáveis” pelos danos ambientais ajuda a criar consciência sobre os impactos negativos de certas ações ou práticas. A responsabilização atua como uma medida preventiva, desencorajando comportamentos prejudiciais ao meio ambiente e à biodiversidade. Isso pode envolver a restauração de ecossistemas afetados, a compensação financeira por perdas ou a implementação de medidas corretivas para minimizar os efeitos adversos. A responsabilização contribui para a recuperação e reabilitação dos ecossistemas afetados.

Cada um desses “Rs” desempenha um papel importante na promoção da sustentabilidade, seja através da redução do consumo, do uso de energia renovável, da restauração de ecossistemas, da adoção de práticas regenerativas ou do respeito pela natureza e pelas comunidades.

Todos eles contribuem para a construção de um futuro mais equilibrado e sustentável.

A busca pela sustentabilidade impulsiona também a inovação em direção a novas soluções, mais eficientes, encorajando o desenvolvimento de tecnologias, produtos e serviços que sejam menos dependentes de recursos naturais limitados e sim, de recursos renováveis.

Sobre a autora

Simone Horvatin é brasileira e vive há 23 anos em Munique, Alemanha. Se considera uma profissional híbrida: várias formações diferenciadas (formação como Bacharel em Letras, MBA em especialização de Negócios , equivalência em Bacharel em Economia na Alemanha, e Jornalista internacional reconhecida e associada pela Associação de Jornalistas Técnicos da Alemanha (BDFJ – Bundesvereinigung der Fachjournalisten). Em 2016, fundou a Ambiental Mercantil com objetivo de levar todo seu conhecimento e experiência adquiridos, vivendo no país mais ecológico do mundo. Hoje, Simone Horvatin trabalha de forma remota, mas diariamente “presente” no Brasil. Possui uma grande rede de conexões e seguidores, sendo no LinkedIn, com aproximadamente 80.000 profissionais dos principais setores ambientais e de energias. LinkedIN

Iniciou-se em 2016 como um Blog, e com o tempo se tornou uma plataforma digital, oferecendo uma variedade de serviços e conteúdos online (notícias e marketplace), fornecendo informações atualizadas sobre temas relacionados ao meio ambienteESG, sustentabilidade e energias renováveis. É um espaço exclusivo e acessível para publicações de notícias de agências públicas, corporativas, colunistas, opinião de especialistas, artigos técnicos e entrevistas, promoção de eventos e, principalmente, fomentar oportunidades entre os profissionais e setores envolvidos.

Fonte: Ambiental Mercantil – Crédito: Por Simone Horvatin, jornalista (MTB 0092611/SP) especializada nos setores ambientais e de energias, e membro, como jornalista internacional, da BDFJ Bundesverband Deutscher Fachjournalisten e.V. (Associação de Jornalistas Técnicos Profissionais da Alemanha).